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Uchina Columnウチナーコラム

Vamos nos misturar todo mundo!

2017年8月29日

ALBERTO SHIROMA (アルベルト城間) 

Qual foi a razão de vir a Okinawa?

Alberto: Eu consegui uma passagem para vir ao Japão como prêmio do Nodojiman Taikai de 1985. Tinha sonhos de me tornar um cantor de Enka em Tokyo e cheguei a ir até lá. No entanto, não consegui realizar o sonho e dois anos depois vim a Okinawa pela primeira vez.
No início, não sabia o que deveria fazer em Okinawa. Não tinha nenhum plano em mente. Naquele momento, decidi estudar mais sobre minhas raízes okinawanas em Okinawa. Uma das coisas mais felizes que me aconteceu foi me dizerem “bem-vindo de volta” mesmo tendo sido a primeira vez que vim a Okinawa.
Isso me deixou muito feliz e percebi que esta é a minha terra natal. Fui recebido por todos os uchinanchu.
Agradeço aos meus avós por terem imigrado à América do Sul e assim terem sido a ponte entre Okinawa e o Peru.

Antes de vir a Okinawa, que tanto você conhecia sobre Okinawa?

Não ouvi muitas histórias de Okinawa. Meus avós falavam uma ou outra palavra de espanhol e eu também não entendia japonês. Então não conseguia me comunicar direito com eles.
Já havia visto Okinawa nas fotos dos meus avós. No fundo, só havia plantação de cana-de-açúcar e, por isso, achava que era a única coisa que havia em Okinawa.

Quais foram os problemas que teve vivendo em Okinawa?

Aprender japonês foi extremamente difícil, uma vez que praticamente não o falava no Peru. Esse foi realmente um grande obstáculo.
Acho que, pelo fato de gostar muito de música japonesa, fui capaz de aprender a língua mesmo assim.
Foi difícil, mas a gentileza do uchinanchu me possibilitou a viver aqui e consegui aprender rápido, já que a vida no geral era bastante divertida.

Como você, Alberto Shiroma, vê o uchinanchu?

O que é uchinanchu? Obviamente, significa “okinawano”.
No entanto, acredito que ser uchinanchu é sempre ter interesse em coisas novas e possuir bastante curiosidade.
Por isso, evoluí bastante e acho que a cultura de hoje existe por ter incorporado muitos elementos distintos.
Acho que o uchinanchu é legal por estar sempre evoluindo.
Quero que continue evoluindo e que incorpore cada vez mais coisas novas.

Onde você realmente enxerga a identidade de Okinawa?

O som do sanshin não me é estranho, porque desde criança já ouvia no Peru. No entanto, desde que vim a Okinawa e peguei um sanshin pela primeira vez, senti uma nostalgia e vi que tipo de instrumento realmente era.
Além disso, mesmo nunca tendo dançado kachaashii no Peru, consegui dançar aqui em Okinawa logo pela primeira vez. Eu via a minha avó dançando e acabei aprendendo os trejeitos sem perceber.
Não consigo expressar bem, mas acho que é alguma raiz latente em mim se manifestando.

Você se remete à identidade de Okinawa na música?

Certamente. A música que quero fazer é shima uta e seria maravilhoso ouvir os uchinanchu dizer que a música dos Diamantes é shima uta.
Não uso sanshin, mas acho que é shima uta nascida aqui sem dúvida.
Se os uchinanchus cantarolarem as músicas e as dançarem, acho que vai se tornar shima uta.

O que você acha do Dia Mundial do Uchinanchu?

Acho que é um dia estabelecido para que ninguém se esqueça do Festival Mundial Uchinanchu, mas não creio que inclua somente os uchinanchu que vivem no exterior.
Inclui também os uchinanchu que também estão em Okinawa.
Ao meu ver, todos os envolvidos no Festival Mundial Uchinanchu são também uchinanchu e para isso foi criado o Dia Mundial Uchinanchu.
Se o dia dos seres humanos for a mesma coisa que o Dia Mundial Uchinanchu, acho que isso seria uma boa.

Qual sua mensagem para as gerações futuras de uchinanchu no mundo?

Vamos nos misturar todo mundo!
Misturar sem parar é a melhor maneira de espalhar a mensagem de Okinawa. Relacionar-se, misturar-se. Transmitir isso ao mundo é preservar aquilo que é importante em Okinawa. O pensar okinawano também é transmitido.
Não somente ser passivo, mas gostaria de que fossem tomadas atitudes mais pró-ativas. Da mesma forma que os uchinanchu de antigamente, gostaria de que fossem se espalhando no mundo gradativamente.
Quero que as gerações futuras façam isso.
Gostaria de que os uchinanchu do mundo dessem seu melhor em seus respectivos países, aprendessem várias coisas e promovessem Okinawa.
Então, quando o próximo Festival Mundial Uchinanchu vir, mostrassem com orgulho aquilo que aprenderam sobre a terra natal.

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